Associação dos Amigos de Alto dos Pinheiros.

Vamos usar melhor as casinhas de livros do nosso bairro?

Elas são pequenas joias espalhadas pelas praças de Alto dos Pinheiros. Cinco ao todo: na Vicentina de Carvalho, na Província de Saitama, na Japuba, na Conde de Barcelos e na Capitão Mateus de Andrade. As casinhas de livros começaram a ser instaladas no bairro em fevereiro de 2018, inspiradas numa ideia francesa (conheça a história do projeto na nossa região). Desde então, moradores, trabalhadores e transeuntes podem, a qualquer hora, passar pelo local e deixar ou pegar um livro nessas estruturas — casinhas de madeira, fechadas (nunca trancadas) com porta de vidro, sobre um pequeno pilar também de madeira.

Pode-se dizer que viraram um sucesso: em pouco menos de 4 anos, mais de 5 mil livros já circularam pelo projeto Livros Livres. Que, aliás, é tocado voluntariamente por uma moradora do bairro, Emma Bovary – pseudônimo tomado da protagonista do livro “Madame Bovary”, aficionada por leitura.

São pequenas joias, sim. São um sucesso, sim. Mas podem funcionar melhor com a colaboração dos usuários. Por isso, Emma e a SAAP lançaram uma campanha com quatro dicas.

Ao pegar um livro, deixe outro: “O princípio do projeto não é ser uma brincadeira de mão única. É fazer as obras circularem”, comenta Emma.

Deixe também livros infantis: Esses são os mais procurados e os que menos retornam. Por isso, tornam-se especialmente bem-vindos. “Há sempre muitas crianças brincando nas praças, então é bacana ter livros infantis nas casinhas”, reforça a moradora.

Deixe livros em bom estado: As casinhas não são depósito de papel mofado nem de obras rasgadas – para isso existe a reciclagem. Novamente: a ideia é fazer os livros circularem.

Que tipo de livro pode ser deixado: Quase todos os tipos. Só não são aceitos os técnicos e didáticos (por terem público muito específico, com poucos interessados) e os religiosos (para evitar que os locais se tornem alvo de proselitismo, veículos para propaganda – ou pior: disputa – religiosa).

Assim que foi lançada, a campanha imediatamente o ganhou apoio de duas empresas amigas do bairro: a prestadora de serviços de segurança Aster e a startup de reciclagem Valora.

“As casinhas estimulam um reaproveitamento dos livros, no sentido de dar nova vida a eles depois do primeiro uso. E estimulam também a educação e a parte social, que a gente preza muito”, afirma a responsável pelo marketing da Valora, Carolina Simões. “A Aster nasceu em Alto dos Pinheiros e está sempre colaborando com iniciativas comunitárias do bairro. Cuidar das casinhas é zelar pelo coletivo”, defende o CEO da empresa, Fábio Fragoso.