Associação dos Amigos de Alto dos Pinheiros.

Alto dos Pinheiros

Quem mora em Alto dos Pinheiros ou frequenta a região o descreve como um oásis em meio a São Paulo. Com razão: trata-se de um bairro planejado, cujo projeto urbanístico foi inspirado no conceito de bairro-jardim.

Esse cuidado no planejamento urbano é um dos fatores que o levaram a liderar o mais recente ranking de satisfação do DNA Paulistano, publicado em 2012 pelo Datafolha.

De Jesuítas a Londrinos

As terras de Alto dos Pinheiros pertenciam aos jesuítas até serem expulsos do país. Em 1850, essas terras foram leiloadas e divididas em chácaras e sítios, incluindo a Chácara do Barão, Freguesia da Bela Vista, Chácara da Boa Vista, Água Branca, Bela Veneza e Sítio do Buraco.

No início do século XX, o banqueiro francês Edouard Fontaine de Laveleye, assessorado pelo arquiteto Joseph Bouvard, também francês, investiu em São Paulo, adquirindo uma grande extensão de terra. Em 25 de setembro de 1911, junto com o banco inglês Boulton Brothers, fundou em Londres a City of São Paulo Improvements and Freehold Land Company Limited. Em 3 de março de 1912, a City começou a funcionar oficialmente no Brasil, e no ano seguinte já vendia os primeiros terrenos.

Na década de 1930, a empresa se firmou como uma das mais importantes do setor imobiliário no país, contribuindo inclusive para a elaboração de leis relacionadas ao Código Municipal de Obras.

De charco a projeto urbanístico modelo

Grande parte das terras adquiridas pela City, incluindo Alto dos Pinheiros, consistia em fundos de vale e várzeas desocupadas devido às enchentes periódicas dos rios. A urbanização ocorreu de modo lento e gradual, com diversos estudos urbanísticos até se chegar a uma proposta que integrava ruas e canais de drenagem para conduzir as águas até o rio Pinheiros, modificando as características pantanosas da região.

Grande parte das terras adquiridas pela City, incluindo Alto dos Pinheiros, consistia em fundos de vale e várzeas desocupadas devido às enchentes periódicas dos rios. A urbanização ocorreu de modo lento e gradual, com diversos estudos urbanísticos até se chegar a uma proposta que integrava ruas e canais de drenagem para conduzir as águas até o rio Pinheiros, modificando as características pantanosas da região.

Os princípios adotados pela City para o loteamento de Alto dos Pinheiros foram os mesmos usados para o Pacaembu e o Jardim América. Respeitaram-se as curvas de nível e previu-se grande parte de áreas livres, distribuídas em praças e canteiros de avenidas. A arborização, as normas para execução dos passeios com faixas verdes e a ocupação dos lotes – em sua maioria com residências unifamiliares e recuos – obedeceram aos padrões lançados pela companhia. Todas as exigências foram posteriormente incorporadas à legislação municipal.

Qualidade de vida garantida pelo projeto urbanístico

O dimensionamento generoso de vias, canteiros centrais, calçadas, terrenos e das inúmeras praças procurou unir traços da vida urbana e rural. A abertura da Marginal Pinheiros contribuiu, por algum tempo, para evitar a passagem de tráfego intenso pelo bairro, conservando sua essência bucólica e mantendo suas vias com trânsito apenas local. A concepção urbanística estabeleceu baixa densidade na ocupação do bairro, reservando o comércio e os serviços para os arredores de algumas praças. A vegetação arbórea se faz presente nos jardins das casas, nas calçadas e nas praças, o que tornou a região uma das mais aprazíveis do município. Essa característica beneficia o microclima e a manutenção de espécies de pássaros no ambiente urbano.

Até 1976, a fiscalização para garantir o cumprimento das diretrizes ficou a cargo da CIA City. Com a implementação da Lei de Zoneamento pela Prefeitura o encargo de fiscalização e conservação do bairro passou para o poder público e com isso os moradores juntamente com o Colégio Santa Cruz viram a importância de criar uma associação.

E assim surgiu a SAAP - Sociedade dos Amigos de Alto dos Pinheiros - Santa Cruz em dezembro de 1977.