A dengue está muito ligada a tempos quentes e úmidos – período em que a água das chuvas fortes de verão forma poças e se acumula em diversos locais e recipientes. É mesmo no segundo trimestre que a doença se espalha com mais rapidez, mas neste ano ela não tem dado trégua nem no inverno e no tempo seco.

Entre o final de junho e o começo de agosto, foram registrados em Alto dos Pinheiros 157 casos da enfermidade transmitida pelo mosquito Aedes aegypt, de acordo com os mais recentes Boletins Epidemiológicos da Coordenadoria de Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo. O número é maior que o de 2023 inteiro – mais precisamente, maior do que o total de todos os anos anteriores, desde que a Prefeitura começou a disponibilizar o levantamento, em 2015.

A SAAP já havia feito alerta semelhante em maio, quando nossa região pela primeira vez na história superou as mil ocorrências de dengue em um ano. Na ocasião, eram 1.137 registros. Agora, já são 1.772, o que significa que provavelmente vamos fechar o ano com mais de 2 mil.

Certamente as mudanças climáticas têm um papel decisivo nisso, porque, com exceção de uma semana ou outra, o tempo quente persiste. Mas é indispensável que todos nós nos adaptemos à nova realidade. Precisamos continuar a nos prevenir.